segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A Jogadora de Xadrez - Bertina Henrichs




TítuloA Jogadora de Xadrez
Autora: Bertina Henrichs
Editora: Record
Páginas: 160


As leituras para este Desafio tem sido bem inusitadas se em outros meses houve uma busca, por vezes atroz, por vezes cansativa. Este foi um tema que levou a leituras absurdamente inesperadas para. Começou com O ano da leitura mágica de  Nina Sankovitch. Depois veio o Norte e Sul indicado pela Claire e agora este que me cai nas mãos sei lá como. 



Lembro de ter ficado encantada com a capa, de ter me intrigado com a sinpose. Mas, não consigo lembrar de onde foi que tirei a dica, infelizmente. Comprei o livro meses atrás e ficou na pilha, até que dias atrás após concluir Norte e Sul, veio a dúvida mais que conhecida de todo leitor:  e agora o que ler a seguir? Olhei nas prateleiras, queria um livro fininho e de fácil leitura e eis que escolho este A jogadora de xadrez. E que delícia de livro, uma narrativa gostosa, que te leva com ela. Em alguns momentos completamente inesperados peguei-me gargalhando com cenas absurdamente hilárias. E fui lendo devagarinho até que veio o pensamento não é que este livro fala de... superação? Então serve para o Desafio!  Afinal, o que é que a coitada da Eleni faz em todo o livro a não ser tentar superar a oposição  e as dificuldades impostas por toda uma vila para que ela apenas jogasse xadrez?  

Alguns grifos: 

"O que levava Panis a resmungar: 'um dia dia você ainda perde a cabeça'. Sem saber que já era um fato.

O livro ficara guardado no fundo de um armário e nunca tinha visto a luz do dia.

Nunca tinha ouvido falar de uma jogadora de xadrez. O talento para o tabuleiro parecia residir em algum lugar dentro dos testículos.

Se fosse corno, seria menos insuportável. O adultério era algo abjeto, mas pelo menos concebível. Uma traição amorosa, mesmo sendo inaceitável , podia ser nomeada. Havia um código de honra. Já este delírio zombeteiro o deixava impotente.

Você não vai se divorciar por causa de um tabuleiro de xadrez."

Norte e Sul - Elizabeth Gaskell

Título: Norte & Sul  
Autora: Elizabeth Gaskell 
Editora: Landmark
Páginas: 544


A primeira vez que ouvi falar de Norte & Sul da Elizabeth Gaskell foi num vídeo da Claire no YouTube (http://www.youtube.com/watch?v=RqB-fhD_iss), lembro de ter ficado curiosa e perguntado a ela se o livro tratava de economia e ela disse que certo modo sim. Só por isto já me ganhou. Corri para procurar o livro que comprei tempos depois. Não o li de pronto, mas quando resolvi pegá-lo para ler me encantei com a história de  Margareth e Mr. Thornton, embora confesse que no comecinho estava torcendo por Henry Lennox.  

Comecei a leitura do livro lembrando-me nitidamente da Jane Austen, mas depois o livro sempre me remetia à Margareth Mitchell e o seu E o vento levou. Confesso que o panorama econômico prendeu muito mais atenção durante boa parte do livro, do que os dramas pessoais e afetivos dos personagens principais.  Tanto que não havia percebido que o livro era todo sobre superação (tema do Desafio), pois fiquei completamente envolvida com os problemas sobre linhas de produção, as lutas sindicais, os contratos comerciais... mas, não se engane se isto não lhe interessa você pode apenas ler uma boa história de amor bem aos modos de Orgulho e Preconceito. 

Onde vi superação neste livro? Na Margareth que perde o lar, depois a mãe, em seguida o pai. Em Mr Thorton que perde tudo que tem, inclusive o amor,  por mais de uma vez. Em Higgins que perde a filha e perde o emprego. Em Bouchet que perde o emprego e a dignidade. Cada um a seu modo tentando superar as agruras da vida. 

Mais um para a galeria dos favoritos... RECOMENDADÍSSIMO!

Alguns grifos: 


Mr Hale, então trouxe todo o seu rosário de reclamações para desfiar na frente de Mr Thornton, para que ele, com sua experiência como patrão,  pudesse organizá-las e explicar sua origem.  – o que ele de fato fez  á luz dos princípios econômicos. Explicou que, da maneira que  negócio  era conduzido, sempre haveria um aumento seguido de uma retração da prosperidade (...)  
Algum dia no futuro – em algum milênio –na Utopia, essa unidade pode ser colocada em prática.  
Porque ele tem o seu trabalho para vender e eu tenho o capital para comprar.  [a síntese do capital?]
Pois se um vizinho não ajuda o outro, não sei quem o fará. [bons tempos aqueles, não?]
Então eu peguei o livro e carreguei com ele. Mas, deus me abençoe, foi um tal de capital e trabalho, e trabalho e capital. 
Vou precisar de um bocado de inteligência,  para resolver  onde meu negócio termina  e onde começa o seu. 

O ano da leitura mágica - Nina Sankovitch

Título: O ano da leitura mágica 
Autor: Nina Sankovitch
Editora: LeYa Brasil
Ano: 2011
Páginas: 232

Quem apaixonado por livros não se sentirá instigado por  um livro com o título O ano da leitura mágica? Eu fui pega por ele.  Depois de ler a sinopse, abandonei a ideia, pense numa  história que não me convenceu, foi esta. Tempos depois vi  (ouvi? Vai saber!) o livro citado em algum lugar, e releio a sinopse. Busco resenhas... continua não me convencendo.  Mas, o título não me sai da cabeça, compro o bendito.  Deixo na prateleira.  E um dia uns vídeos no YouTube falando de livros sobre livros (Claire Scorzi e O batom de Clarice) me fez pensar que fazia um bom tempo que não lia algo do gênero. E eis que pego  o bendito pra ler...  as primeiras páginas a leitura foi bastante lenta,  mas depois foi ganhando ritmo, foi me encantando a forma como a escritora entremeia os fatos narrados com os livros lidos. E aí o livro me ganhou. Queres uma desculpa para gastar com livros? Leia este. Você terá pelo menos 366 desculpas para.

Mas, você deve estar se perguntando porque eu o coloquei no mês da Histórias de superação, não é mesmo?   Se você leu o livro já sabe porque, senão a sinopse vai te ajudar a entender:


Sinopse:

Um desafio: ler um livro por dia durante um ano. Você aceita? Essa foi a promessa que Nina Sankovitch fez a si mesma. Após perder a irmã mais velha para o câncer, e embora precisasse cuidar dos quatro filhos e lidar com os percalços que fazem parte do cotidiano de uma grande família, Nina cria uma jornada para si mesma: ler um livro por dia durante um ano inteiro. Nesse verdadeiro sonho literário, nossa heroína descobrirá que o ano de leitura mágica mudará tudo ao seu redor e que os livros são uma ótima terapia. O ano da leitura mágica também conta a história da família Sankovitch: o pai de Nina, que escapou da morte por um triz na Bielo-Rússia durante a Segunda Guerra Mundial; os quatro ruidosos filhos, que lhe recomendavam livros ao mesmo tempo que a ajudavam a cozinhar e a limpar a casa; e Anne-Marie, sua irmã mais velha e inspiração, com quem Nina compartilhou os prazeres da leitura, mesmo em seus últimos momentos de vida. (http://www.skoob.com.br/livro/189606)

Termino a leitura com uma série de grifos:
Mas e se eu não gostasse do livro? E se eu o odiasse? Nos últimos meses, houve um ou outro livro, por mim escolhido, que eu começara, mas cuja leitura interrompi porque havia ficado claro para mim que eu não gostara do livro e que ele não melhoraria se eu avançasse a leitura. Com livros dados por amigos, eu não tinha escapatória. O livro era um presente e os presentes devem ser lidos. É uma das regras da amizade. E todos os livros lidos tinham de ser resenhados: era uma regra do meu ano de leituras. Eis, portanto, meu dilema. Eu não podia julgar o livro presenteado com umas poucas palavras, “Interessante” ou “Adorei o cenário”. Eu tinha de escrever uma resenha completa e verdadeira. As pessoas compartilham os livros que amam. Elas querem espalhar para os amigos e familiares a sensação boa que sentiram ao ler o livro ou as ideias que encontraram nas páginas deles. Ao compartilhar um livro amado, um leitor está tentando compartilhar o mesmo entusiasmo, prazer, medo e ansiedade que experimentou ao ler.  Só percebi três anos mais tarde, lendo O vendedor de passados, de José Eduardo Agualusa, a importância de compartilhar as memórias. E o perigo de não compartilhá-las.
Você já ficou arrasado ao terminar um livro? Algum escritor já continuou sussurrando em seu ouvido muito depois de você ter virado a última página?
"Não há fragata como um livro,/ Para nos levar para longe", escreveu Emily Dickinson. Os livros eram a fragata para onde quer que eu quisesse ir. O homem mais velho grita: “Mas você não pode nem mesmo conversar sobre livros com ele!”. Ela responde com desdém: “Leio livros, mas não preciso conversar sobre eles”. Um livro não é apenas um amigo, ele faz amigos para você. Quando você possui um livro com toda a força da sua mente e espírito, você se aprimora. Mas quando você passa o livro adiante, se aprimora três vezes mais”. Eu faria amigos aceitando e dando livros e não os perderia. Se eu fosse incapaz de suportar a perda de um livro, principalmente um no qual eu escrevera anotações nas margens e nas últimas páginas, eu comprava outro exemplar e o emprestava.
O livro começa com a frase: “No dia seguinte, ninguém morreu”. E logo me vi num país onde ninguém morre. Parecia bom para mim. (sobre As intermitências da morte – Saramago – este tem na biblioteca graças a Deus )

Ufa!  Chega de grifos, não? Se você gostou certamente irá ler tudo isto no livro (rs). Um desafio: ler um livro por dia durante um ano. Você aceita? Você consegue?  Essa foi a promessa que Nina Sankovitch fez.