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Cândido estava na estante (pegando poeira?!) há um bom tempo,
lá se vão uns bons dez anos. Loucura de quem compra mais livros do que consegue
ler. Muitas indicações pareciam dizer que se tratava de um livro divertido e eu
quase o retirei da pilha lá em fevereiro quando o tema do mês era livros que
nos façam rir. Mas, como não tinha ideia de nenhum livro para novembro, livros
banidos. Resolvi deixa-lo para depois. Na verdade o Cândido foi a segunda leitura do mês.
E embora a grande maioria das resenhas e opiniões serem de
um livro para rir, eu dei alguns sorrisos, e muito raramente risos. A narrativa de Voltaire é sim carregada de
uma refinada ironia, mas como rir das tantas desventuras porque passa o coitado
do Cândido e sua amada? Muitas
vezes tive a impressão de estar assistindo a um desenho de Hanna Barbera, no estilo Tom e
Jerry, onde os personagens são atropelados, amassados, estropiados, morrem e renascem tal qual uma
fênix .
Penso que ‘ Pangloss me
enganou cruelmente quando me dizia que tudo vai bem no melhor dos mundos
possíveis’. Mas, quem sabe se
formos para outro universo, como bem pensou Cândido ‘ é nele que sem dúvida tudo vai bem’. O
que me faz pensar nos discursos de nossos políticos aonde tudo vai bem e não há mais nada a fazer.
Resumindo Cãndido é muito, muito bom, mas não é o que eu esperava, ainda que eu nem saiba o que era.